Estudo sobre rentabilidade do algodão não considera quebra de safra, diz Abrapa
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou no dia 12 de junho o estudo “A cultura do algodão: análise dos custos de produção e da rentabilidade nos anos–safra de 2006/2007 a 2016/2017”, cujo objetivo foi levantar a rentabilidade do produtor de algodão nas últimas 11 safras. A conclusão da Conab foi de que a tecnologia incorporada à produção, sobretudo em mecanização, defensivos e fertilizantes, garantiu a boa rentabilidade do cotonicultor no período. A análise considerou os estados de Mato Grosso e Bahia, adotando como parâmetro do primeiro os municípios de Rondonópolis, Campo Novo do Parecis, Sorriso e Campo Verde, e, na Bahia, Barreiras.
Segundo explica o gestor, a drástica quebra na safra de algodão na Bahia foi ocasionada, principalmente, pela estiagem e/ou má distribuição de chuvas por quatro safras consecutivas. “A Bahia atravessou a maior seca da sua história recente. Somente agora, na safra 2016/2017, está voltando à normalidade climática”, ressalta Rati.
Segundo o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Cézar Busato, as discrepâncias nos dados utilizados no levantamento se dão, principalmente, no que tange à produtividade nos últimos cinco anos. Na safra 2015/2016, o relatório da Conab considera uma produtividade de 1,62 mil quilos de pluma por hectare, quando, nesta safra – a pior dos últimos 11 anos para o algodão da Bahia – a produtividade obtida pelos produtores foi de 990 quilos de pluma por hectare.
O presidente da Abapa ressalta que, na Bahia, a queda na área plantada foi ainda mais drástica. “Passamos de 387 mil hectares, na safra 2011/2012, para 202 mil hectares na safra 2016/2017, pois os produtores, descapitalizados, optaram por substituir parte de suas lavouras de algodão por soja, cultura de menor custo de produção e boa rentabilidade naquele momento.